terça-feira, agosto 21, 2012

"Ordem e Progresso"? Chega, não?



A intenção desta mensagem surgiu de um debate com os estudantes do primeiro semestre em Serviço Social, acerca da identidade que temos com a sociedade brasileira e com o que se chama de "nação".

Ela pode parecer ridícula mas considero-a legítima ao intencionar uma sugestão que é de MUDAR o lema da
Bandeira Nacional.

Pesquisando, se encontra o significado conservador do atual lema "Ordem e Progresso", mas quero registrar um profundo incômodo que ele me causa, enquanto cidadão brasileiro consciente das origens de nosso país, mas também um lutador diário em nome de novos horizontes de um povo.

Considero que uma frase expressa na Bandeira Nacional imprime uma imagem forte das perspectivas que este país se arvora no seu cotidiano. Neste sentido, a palavra "ordem" gera a idéia de que cada coisa deve ficar no seu devido lugar, não colaborando, portanto, com o reconhecimento de que cada brasileiro pode e deve exercer sua liberdade de compreender e defender o que seja a tal "ordem", legitimando ainda mais as noções de naturalização da obediência em função das desigualdades sociais e culturais. No lugar de ordem, prefiro a palavra ALTERIDADE, que significa a capacidade de se posicionar no lugar do outro ou a premissa de que a cidadania é fomentada por cada cidadão, a partir da relação de interdependência existente com o outro, incluindo todas as suas diferenças, principalmente as culturais e as de classe.

Nesta esteira da valorização da atitude ética pela diferença é que exponho o que penso sobre a necessidade de substituir a palavra "progresso". Constatando, atual e historicamente, o progresso em nosso país não é para todos e tal expressão, aliada à "ordem", não valoriza a inversão deste contexto porque se o tal "progresso" está relacionado a avanço, percebemos que os avanços que culturalmente são considerados não são do ponto de vista de um cidadão popular criticamente consciente da história social de seu país, fazendo que a ideia de "progresso" seja mais imposta do que dialogada com a nação, ou seja, progresso para quem?
Nisto, proponho trocar por DIVERSIDADE, valor que, num exemplo atual da pessoa da primeira mulher a ocupar o maior cargo da nação, convida a tod@s @s cidadãos a refletirem no significado cultural da palavra "Presidenta". A Diversidade que sempre foi elemento genético de nosso povo, cultura, território, etc., passaria a encaminhar a perspectiva da equidade, no avistar de um longo século que apenas se inicia para o Brasil diante do mundo.

Alteridade e Diversidade, no lugar de "Ordem e Progresso".