quarta-feira, agosto 29, 2007

Água e Óleo

Quero me referir ao debate entre fé e razão que acontece todos os dias dentro de nós e que, na maioria das vezes, não percebemos ou quando sim o deixamos num patamar menos importante, até que os momentos de urgência vital reclamem sua relevância.

Estando em conflito ou não, fé e razão determinam nossas atitudes e tentam explicar o que somos no mundo. Independentemente de nossas origens familiares, sociais e culturais, aquilo que elegemos como elemento de fé ou de critério racional podem ser totalmente diferentes entre si, mas que fazem todo sentido para nós.

A fé que me refiro não é apenas a religiosa, mas sim todos aqueles anseios mágicos que criamos a todo o momento e as esperanças sublimes que alimentamos toda vez que não encontramos resposta para uma indagação de nossa essência humana.

É tão humana, também, a razão, que ao ser invocada pelas indagações acima se põe a sedimentar o real e a dar sentido tanto para o que meus dedos agora digitam, quanto para o entendimento claro e potente do que venha a ser o nosso pertencimento no mundo.

Fé é igual a destino. Razão é igual à história.
Fé é igual a sonho. Razão é igual à realidade.
Fé é igual à esperança. Razão é igual a logo.

Os dois são como água e óleo: podem circular juntos dentro das veias de nossa essência vital a todo tempo, mas jamais se misturam para decidi-la.