segunda-feira, novembro 24, 2008

ESTADO LAICO E ATUAIS RELAÇÕES POLÍTICAS BRASIL-VATICANO

A Conversão de Constantino, representando
a conversão do
Imperador Constantino o Grande
ao
Cristianismo, por Rubens.



Segue abaixo o recente acordo diplomático entre Brasil (Lula) e Vaticano (Papa Bento 16):

http://www.ccr.org.br/dest_nov2008.asp

Observem o retrocesso que, a meu ver, fragilizam as concepções de Estado Laico e de Republica, tão caros para a consolidação da democracia no Brasil.




Destaco:

  • a reiteração da influência religiosa nas políticas públicas, principalmente na assistência social - Art. 5 e 8;
  • a proteção política da propriedade da Igreja - Art. 7;
  • a reiteração da influência religiosa nas políticas de educação pública e privada - Art. 10;
  • a contradição entre liberdade e escopo de formação religiosa e a abertura de brechas jurídico-institucionais para intenções religiosas - Art. 11;
  • a garantia da exclusividade ética do sigilo religioso - Art. 13;
  • a garantia da exclusividade político-administrativa para a Igreja - Art. 14;
  • a garantia da proteção jurídico-trabalhista para a Igreja - Art. 16;
  • a garantia da exclusividade diplomática para a Igreja- Art. 17;
  • a abertura de brechas para outras regulamentações religiosas - Art. 18;
  • a equiparação da Igreja como organismo diplomático, logo, como Estado - Art. 19 e;
  • a manutenção dos privilégios históricamente garantidos pela República, após a cisão da Igreja com o Estado - Art. 20.




Para complemento da reflexão, abaixo um artigo no mesmo site: http://www.ccr.org.br/a_destaque_jogorapido17-11-08.asp

DIVULGEM!

Ser é Lutar!

terça-feira, maio 13, 2008

Conservatium


Conservador é aquele que não vislumbra seu minuto seguinte,
longe do que lhe é mais confortável.

domingo, fevereiro 24, 2008

Marquinhos, a esmola e a virtude.


Tarde de chuva fina em São Paulo. Mais uma tarde chuvosa.

No farol vermelho da rua congestionada param os carros. Mais um farol vermelho.

Passando entres os carros, um a um, um “menino de rua” pedindo esmola. Mais um menino.

Ao se aproximar de mim, o menino pergunta: “Tem uma moeda?”. E escuta minha resposta: “Não lhe dou uma moeda porque um menino, na sua idade, deveria estar na escola há essa hora”.

“Você nem sabe quantos anos eu tenho!” Exclamou o menino, com semblante de adulto sério. Ao perguntar seu nome, ouvi um “Marquinhos” em tom baixo, seco, mas com voz de menino.“Marquinhos, vou voltar um dia e quero que você me diga que está na escola, certo?”.

Avancei com o carro ao farol verde e, olhando para Marquinhos, não obtive retorno da minha proposta. Somente um olhar fulminante e intenso de dúvida e, talvez, raiva.

Outra tarde, mesmo farol. De longe, em outra faixa de pista, vejo Marquinhos novamente entrecruzando os carros. Mão pequena em posição côncava encontra-se com mão adulta em posição convexa. Cai da segunda mão o objeto que concretizou o que chamam de “virtude”.

A virtude da caridade e, conseqüentemente da esmola, fez a mão do adulto erguer-se e este, o adulto, a pedir a repetição de Marquinhos do gesto corporal que roga ao “Pai” ao “Filho” e ao “Espírito Santo”. Marquinhos abre de vez o sorriso, repete o gesto do adulto e abre-se o farol verde. E o carro do adulto avança, com este sorrindo de virtuoso “regozijo”.

O menino na rua finalmente respondeu a uma proposta. Mas ficou a dúvida.

Estar na rua por que? Para fomentar virtudes?

Guardar moedas no carro para que? Exercer a caridade?

Exercer a caridade para que? Para acumular virtudes?

Eis o ciclo! O ciclo da confirmação “predestinada” da pobreza.

Pobreza de que?

Ao presenciar o trabalho infantil ou qualquer situação que avilte os
direitos das crianças e dos adolescentes, ligue para o Conselho Tutelar de sua cidade.


Ser é Lutar!


Luciano Alves