segunda-feira, agosto 22, 2005

A mão esquerda também se mexe...

Algumas pessoas que sabem um pouco de minha história ou conhecem minha essência socialista e provocativa, pedem “explicações” sobre o que o PT está fazendo ao país.
Um enorme trabalho eu tenho pra REALMENTE explicar que não sou mais petista, mesmo tendo um pensamento de esquerda e bem próximo do que o PT construiu enquanto propositura política para o país.


Alguns, juntamente com sua pergunta, despejam também o preconceito e o delicioso hábito brasileiro de denunciar, de forma banal e sem consistência, tudo o que lhe arranha a sua hipócrita condição moral.

Na verdade eu tento não encontrar respostas, mas apenas fazer constatações óbvias. Mas tudo bem, eu entendo essa alegria do ímpeto conservador do brasileiro de detonar o PT. E deve detonar mesmo! É o direito de expressão que muitas vezes transforma realidades. Entretanto, quando ele é usado como denuncismo acaba contribuindo para o atraso em cidadania em que padecemos.

Confesso que é difícil usar a palavra no tempo passado em referência ao PT: “defendi”. Mas não me arrependo de ter defendido, porque “minha ficha caiu” na hora certa e deixei o partido logo que constatei a “Articulação” com as “raposas” do congresso. Mesmo tendo uma militância mais indireta, sem inserção institucional, eu acreditava, sim, nessas mesmas pessoas que hoje estampam as fotos como organizadores desse esquema espúrio. Mas quem, nessa vida, acredita numa idéia sem acreditar em QUEM pode concretizar essa idéia na realidade?

E quando jogam o Maluf na conversa? Eis o grande problema, quando se fala de Maluf é na primeira pessoa e do PT, na terceira do plural...Será mesmo assim? Bom, pelo que conheço da reputação dos honestos do PT, brevemente estarão tirando o boné “Agora é Lula” e colocando na mesa do diretório e dizendo “Agora sou eu”. Agora o Maluf deve estar na poltrona dele rindo e dizendo: “mas que burros, era só criar conta de entidade beneficente na Suíça”. Fez escola o habib...

Mas quem parar para pensar um pouco constatará que essa corrupção toda não foi criada pelo PT. Ela é crônica, enraizada na política vulgar brasileira. É um esquema que envolve tanta gente que, num país de cidadania sólida, seria caso de crise nacional apenas a história dos dólares na cueca. Convenhamos: quer exemplo maior de sensação de impunidade essa de levar 1000 notas de dinheiro na cueca? Mas pensemos muito bem no que esse dinheiro todo financiou. Não houve campanhas e situações políticas parecidas na história brasileira que não demandassem altas quantias em dinheiro vivo? Longe de usar isso para justificar, mas qual partido brasileiro minimamente organizado é 100% limpo?
Bom e agora, o que fazer? Nos resta o que? PRONA? Ou os renascidos Integralistas? Olha que muita gente gosta disso...


Que lindo seria ver o resultado de uma eleição no Brasil constatando 51% de VOTOS NULOS!

Mas durante isso tudo, me enxergo ainda como uma pessoa de esquerda, mesmo mantendo minha independência libertária. E ser de esquerda não é, NECESSÁRIAMENTE, defender a luta armada e a implantação do socialismo. Já tentaram isso e descobriram que estas atitudes não se fazem apenas com o ímpeto emocional, atitude a qual vira piada na boca dos reacionários. No entanto, a “piada” das armas não foi contada apenas pelos esquerdistas! Basta relembrar...
Agora, em qual democracia vivemos? O Brasil tem uma democracia tutelada, que dá brecha para pessoas como Severino, Quércia, Maluf, Serra, e José “Stalin” Dirceu. Todos eles, tuteladores natos...


Bom, agora resgato e respondo os termos e frases com os quais fui rotulado quando passei a criticar o PT depois que saquei o esquema delinqüente do José “Stalin” Dirceu e sua “Trupe de Articulação”:
“Precipitado” – Ah, não mesmo, já pensou se eu esperasse o PT se enrolar com as “raposas” para criticar? Tinha criado uma gastrite.
“Crítico irresponsável” – Opa...Roberto Jefferson que o diga.
“Imaturo” – Mamãe, quero colo, mas não o do Stalin Dirceu.
“Incoerente” – Com certeza fui incoerente dentro do que se considerava como coerência. E foi ótimo descobrir que nada é linear.
“Atrasado” – Bom, não lembro ter defendido luta armada, implantação forçada do socialismo...Eu apenas não enxergava identificações históricas e programáticas...Opa, que horas são?...Realmente estou atrasado para ver de onde vai sair a próxima maleta.
“Acredita em Papai Noel” – Ahhhh...Seria menos sofrido do que acreditar no “campo ‘stalingrado’ majoritário”. Mas tudo bem vou pedir um partido político bem bonito no Natal.
“Você tem surtos ideológicos, o buraco é mais embaixo” – Puxa, o buraco é mais embaixo mesmo! Ainda bem que saquei e não cheguei aos surtos psicóticos.

O que vamos fazer com nosso VOTO OBRIGATÓRIO?

Ser é Lutar!